Crença, Fé e Religiosidade - As religiões e suas complexdades.


O Alcorão 

O Alcorão é um dos livros mais influentes da História. Para 800 mil muçulmanos, espalhados em pelo menos 40 países do mundo ou um sexto da humanidade, ele é a Palavra textual de Deus. É um belo poema, uma oração e um código de leis que se sobressai por sua pureza de estilo, sabedoria e verdade, constituindo por essas características uma força indutora de comportamento religioso, social e político da humanidade.
Maomé, que nasceu em Meca, na Arábia, em 570 d.C. e faleceu aos 62 anos em Medina, foi o Porta-Voz de Deus à humanidade e seu livro, o Alcorão.

Sobre ele, afirmou que "se um livro pudesse por as montanhas em marcha ou fizer a terra rachar ou os mortos falarem, esse livro seria o Alcorão." (13:13) E sua função religiosa está bem delineada: "Fizemos descer sobre ti o livro, com a verdade, para a instrução de todos os homens. Quem seguir a senda da retidão, fá-lo-á em seu benefício e quem se desencaminhar fá-lo-á em seu prejuízo. Não és responsável por eles.

As imagens e expressões que lhe caracterizam refletem o meio e a época em que o Alcorão foi revelado: um meio de desertos e oásis, de comércio rudimentar e de atividades agrícolas pastoris. Maomé, o Profeta, transmite a mensagem em uma linguagem que eles entendam. Prescrevendo ao homem uma vida de submissão à vontade divina, esta mensagem rapidamente espalhou-se pelo mundo: da Índia à Espanha e, durante a época áurea da civilização islâmica, muitas nações diferentes foram unidas em uma grande fraternidade.

O Alcorão compreende 114 capítulos (Suras) revelados por Maomé, dos quais 86 em Meca e 28 em Medina; e compreende nada menos que 6236 versículos. Cada capítulo é uma preleção, na qual os ouvintes são exortados a seguir determinadas normas morais ou a aplicar determinadas leis; ou mesmo a crer em determinadas verdades, extraindo conclusões dos fatos históricos que lhes são narrados.

A Bíblia

A Bíblia um livro que tem continuado vivo através dos séculos e indispensável aos Servos do Rei, é o tema deste comentário. O termo Bíblia tem origem no grego "Biblos" e somente foi usado a partir do ano 200 DC pelos cristãos é um livro singular, inspirado por Deus, diversos Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21) a escreveram, num período aproximado de 1.500 anos, foram mais de 40 pessoas e notadamente vê-se a mão de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopiados de geração para geração em diversos idiomas, tais como: Hebraico, Aramaico e grego; até chegar a nós.

Verificou-se através do Método Textual, que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina, levando em consideração os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do segundo século AC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de João 18.31-33,37,38 datados do segundo século DC.Divisão em Capítulos:

A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de "citações" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 DC a dividiu em capítulos. Divisão em Versículos: Até o ano de 1551 DC não existia a divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou à conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os textos em versículos.

Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras.

O povo de língua portuguesa só começaram a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de 1748 DC, quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da "Vulgata Latina".

A Umbanda 

A Umbanda é um dos vários cultos religiosos sincréticos surgidos no Brasil entre os séculos XVI e XX, fruto do contato dos diferentes povos que contribuíram para a formação cultural e religiosa da população. A palavra umbanda deriva de m’banda, que em língua quimbundo (língua nacional de Angola) significa “sacerdote” ou “curandeiro”. O culto irá combinar elementos da filosofia espírita kardecista, dos vários cultos afro-brasileiros, tradições indígenas, do cristianismo católico e modernamente, conhecimento vindo de cultos esotéricos. Por ter nascido e se desenvolvido nas classes mais humildes da população brasileira, a condução e filosofia do culto muitas vezes ainda difere, havendo visões até mesmo conflitantes acerca de vários conceitos da religião entre seus praticantes.

Aparentemente, o culto umbandista, trajes, cantos e demais características assemelham-se bastante ao candomblé e outros cultos afro-brasileiros, mas a diferença fica evidente com uma observação mais detalhada, pois a umbanda adota figuras indígenas (os caboclos), negros urbanizados e inseridos na cultura européia (pretos velhos, pombas-gira e Zé pelintra) e conceitos de reencarnação encontrados na doutrina espírita. A umbanda adotará ainda em seu panteão Exu, deus da mitologia iorubá (nagô), em meio a figuras do panteão bantu quimbundo, bem como a adoração à Santíssima Trindade católica. Tudo isto é estranho ao candomblé, que, a grosso modo, é a reconstituição de tradições quase que exclusivamente iorubás em terras brasileiras.

Muitas vezes demonizada e vista como culto maléfico, a umbanda deve ser entendida como uma religião, que busca preencher um conceito filosófico-religioso importante ainda nos dias de hoje, a atenção aos excluídos. Tal ideia de “inclusão religiosa” pode ser melhor entendida ao se analisar a origem da religião.

Apesar do desenvolvimento nas classes mais humildes, a umbanda tem um registro histórico de seu nascimento, e até uma hora determinada a ser considerada. A história da umbanda nas suas primeiras décadas se confunde com a de Zélio Fernandino de Moraes, natural de Niterói, capital do então estado do Rio de Janeiro. Zélio, acometido de estranha paralisia que desafiava os médicos, certo dia levantou-se do leito e declarou: “- Amanhã estarei curado.” No dia seguinte, realmente, o jovem de 17 anos não aparentava qualquer sinal da doença que o assombrou.

A Doutrina Espírita

O Espiritismo, apareceu no cenário terreno no século XIX, por volta do ano de 1850. Suas raízes encontram-se nos princípios do Cristianismo, doutrina implantada por Jesus e seus seguidores, há quase dois mil anos. A Doutrina Espírita é o cumprimento da promessa do Senhor, na qual afirmou que enviaria ao mundo, no devido tempo, um Consolador, O Espírito de Verdade, que relembraria seus ensinamentos e faria novas revelações a respeito dos mistérios da vida.

Em um de seus muitos discursos, Jesus disse que não poderia dizer todas as coisas, pois os homens ainda não tinham condições de entendimento para compreendê-las. No tempo certo, enviou o Espiritismo, que retirou o véu dos "mistérios" de Seus ensinamentos e ampliou sobremaneira o campo do conhecimento humano, despertando o Ser para um novo mundo.

Nos séculos XVI e XVII, depois que a Reforma Protestante havia libertado a humanidade dos domínios da Igreja, formou-se um clima muito propício à fermentação de ideais renovadores. Foi neste período que iniciaram-se as primeiras manifestações de Espíritos, chamando a atenção do homem de então e preparando o terreno para o advento do Consolador. No século XIX, nascia o Espiritismo, considerada a terceira revelação. Com ele vieram as novas lições acerca do sentido da vida, da dor, da justiça e sobre o destino dos homens depois da morte.

Allan Kardec afirmou que: "Partindo o Espiritismo das próprias palavras do Cristo, assim como o Cristo partiu de Moisés, é um seqüência direta de sua doutrina" - (Revista Espírita, Setembro, 1867).

Embora oficialmente os espíritas tomem o ano de 1848, com o fenômeno de Hydesville, como o marco do aparecimento do Espiritismo no mundo, precisamos saber que, antes disso, existiram algumas pessoas que, pela sua capacidade de produzir fenômenos ligados às coisas espirituais, devem ser citadas como de importância para o surgimento desta Doutrina entre os homens. A história do extraordinário vidente sueco Emanuel Swedenborg merece atenção e estudo de nossa parte.

Swedenborg, educado entre a nobreza sueca, era católico e profundo estudioso da Bíblia. Era grande autoridade em Física e Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre as marés e determinação das latitudes. Zoologista, anatomista, financista e político, era ainda engenheiro de minas, com grande conhecimento em metalurgia.

O desabrochar de seu potencial mediúnico deu-se em abril de 1744, em Londres, onde desenvolveu seu trabalho por vinte e sete anos e esteve em constante contato com "o outro mundo". Deixou em suas obras, relatos extraordinários de suas experiências com o mundo espiritual.

Allan Kardec foi um professor francês que se interessou pelo estudo das manifestações espirituais e foi atraído pela novidade das mesas girantes. Em 1854, ele ouviu falar pela primeira vez do fenômeno, através de um amigo seu chamado Fortier. No ano seguinte, se interessou mais pelo assunto, pois soube tratar-se de intervenção dos Espíritos, informação dada pelo sr. Carlotti, seu amigo há 25 anos. Depois de algum tempo, em maio de 1855, ele foi convidado para participar de uma dessas reuniões, pelo Sr. Pâtier, um homem muito sério e instruído. O professor era um grande estudioso do magnetismo e aceitou participar, pensando tratar-se de fenômenos ligados ao assunto.

Após algumas sessões, começou a questionar para descobrir uma resposta lógica que pudesse explicar o fato de objetos inertes emitirem mensagens inteligentes. Admirava-se com as manifestações, pois parecia-lhe que por detrás delas havia uma causa inteligente responsável pelos movimentos. Resolveu investigar, pois desconfiou que atrás daqueles fenômenos estava como que a revelação de uma nova lei.

A Maçonaria 

Muitos perguntam o que é a Maçonaria, se ela é uma religião, quais são os seus segredos, seus símbolos e qual é o papel do Maçom na sociedade. A Maçonaria é uma instituição de caráter filosófico, filantrópico e progressista. Proclama a predominância do espírito sobre a matéria, busca respeitar todos os credos e religiões e evita discussões de política partidária. Utiliza uma variedade grande de símbolos, às vezes entendidos apenas pelos iniciados, mas cujos esclarecimentos estão disponíveis para o público (vide exemplos nos artigos O significado da estrela na Maçonaria e Luz Triunfadora.

A Maçonaria trabalha para o aperfeiçoamento moral social e cultural da humanidade através da construção do edifício social. A Maçonaria é uma sociedade apenas discreta, sem grandes segredos, pois os seus endereços são conhecidos e a sua doutrina está toda em livros vendidos abertamente. Dessa forma, o grande segredo da Maçonaria é não ter segredo algum, restringindo os seus segredos a sinais, toques e palavras de reconhecimento. 

Vários autores consideram a Maçonaria como sucessora das tradições dos Cavalheiros Templários, extintos em 1312, e este entendimento é reforçado pelo fato da Maçonaria ter surgido mais fortemente na Escócia, que era justamente o principal local de exílio dos últimos Templários, sendo que no início ela era chamada de Maçonaria Operativa, composta por Corporações de Ofício medievais de construção. 

Em 1602, com a união da Escócia e Inglaterra pelo Rei Jaime, a Maçonaria especulativa (cada vez menos formada por operários ligados à construção de igrejas e castelos, e mais por filósofos dedicados à construção de uma sociedade melhor) se espalhou na Inglaterra e posteriormente na França, devido ao exílio dos nobres da casa de Stuart naquele País, em decorrência de lutas pelo fortalecimento do Parlamentarismo a partir de 1642.

Com a queda definitiva da dinastia dos Stuart e ascendência da dinastia de Hanover, em 1714, houve a necessidade de readaptação da Maçonaria, concretizada com a formação da Grande Loja da Inglaterra, em 1717.



 O evangelicalismo

O evangelicalismo tem sua origem no interior da Igreja da Inglaterra no século XVIII. Havia, desde o século XVI, a herança da ala mais protestante da Igreja (igreja baixa), com a influência luterana e calvinista e a presença de puritanos que optaram pela permanência na instituição. Com os irmãos John e Charles Wesley, George Whitefield e John Fletcher vem a influência armeniana. 

Vale lembrar que o metodismo foi primeiramente um movimento evangélico dentro da Igreja Anglicana. Os irmãos Wesley viveram até o fim nessa igreja, e, até hoje, constam como homenageados pelo calendário anglicano. Após a sua morte é que há o cisma, com a criação da Igreja Metodista. Parcela significativa dos seus seguidores, porém, continuou na Igreja Anglicana, formando a ala evangelical. 

As características 

O evangelicalismo inglês, nos seus primórdios, foi marcado pelo compromisso com a Bíblia como Palavra de Deus, a confessionalidade credal, a disciplina pessoal, a piedade, o amor aos necessitados, o zelo evangelístico e a denúncia contra a decadência de costumes. 

Em reação ao iluminismo e ao humanismo, assim resumia um autor as marcas do evangelicalismo: “O homem não é a criatura nobre que muitos pensam ser; ele é falível, e totalmente depravado. Por isso ele precisa de salvação, e a salvação só vem através de Cristo sozinho e depende da fé. A aceitação, pela fé, de que Cristo é Salvador é chamada de “conversão”, e esta conversão normalmente acontece de maneira súbita, que nunca mais será esquecida, como um tesouro, para o resto da vida. Mas a conversão não é o fim. Ela leva, naturalmente, a uma santificação e crescimento na graça. Estas, o crente encontra por meio da oração, do estudo diário da Bíblia, dos sermões e, por extensão, dos sacramentos. 

O movimento foi marcado pela revitalização da pregação, pela inclusão das emoções e pela mudança de vida em milhares de pessoas. 

No começo a sua base social era entre as camadas populares, mas uma de suas militantes foi Selina, Condessa de Huntingdon, que promoveu em sua mansão cultos para a aristocracia e a burguesia. Muitos se converteram e aportaram recursos para a causa (bispos assistiam aos cultos escondidos atrás de uma cortina...), e a primeira escola para a formação de missionários foi organizada em Gales. A música cristã foi influenciada, com a composição de hinos que se tornaram populares até hoje. 


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