A DITADURA Em Feira de Santana BA.


Francisco José Pinto dos Santos foi um advogado feirense e político brasileiro que exerceu quatro mandatos de deputado federal pela Bahia e se destacou como integrante do grupo autêntico do Movimento Democrático Brasileiro que pregava uma oposição mais contundente ao Regime Militar de 1964 em contraposição à postura comedida do grupo moderado. Era conhecido também pelo epíteto de Chico Pinto.

Filho de José Pinto dos Santos e Inácia Pinto dos Santos ingressaram no PSD e nele permaneceu até a chegada do bipartidarismo por força do Ato Institucional Número Dois outorgados pelos militares em 1965. Nesse cenário foi eleito vereador de Feira de Santana em 1950 e em 1954 graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia atuando como advogado.

Eleito prefeito do município em 1962 teve o mandato cassado e assim fez opção pela oposição após a queda de João Goulart em 31 de março de 1964 e nessa condição fundou a seção baiana do MDB em 1966. Eleito deputado federal em 1970, logo divergiu da orientação moderada existente no partido e foi um dos fundadores do grupo autêntico do MDB cuja postura sinalizava uma ação mais contundente em relação ao poder militar. No episódio que culminou com à auto candidatura de Ulisses Guimarães à Presidência da República em 1974 defendeu a tese de que o partido necessitava denunciar a situação política do país, entretanto compartilhava de uma visão segundo a qual concorrer com o General Ernesto Geisel no Colégio Eleitoral seria legitimar os esbirros do regime de exceção, razão pela qual defendia a renúncia de Ulysses momentos antes da sessão, mas como o MDB se recusou a assim proceder foi um dos vinte e três parlamentares oposicionistas a se abaterem da votação.

O ano de 1974 foi marcado por um acontecimento ímpar em sua biografia, pois na véspera da posse de Ernesto Geisel em 15 de março, Chico Pinto concedeu uma entrevista à Rádio Cultura de Feira de Santana na qual denunciou a ditadura chilena de Augusto Pinochet numa manifestação considerada ofensiva pelas autoridades brasileiras. De imediato o Departamento Nacional de Telecomunicações (DENTEL) determinou o fechamento da emissora (que seria reaberta em 26 de julho de 1985) e o governo abriu um processo que resultou em seis meses de reclusão em julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal em 10 de outubro de 1974. Após cumprir a pena no 1º BPM de Brasília foi submetido a oito processos e também a Inquéritos Policiais Militares atuando em causa própria.

Reeleito deputado federal em 1978 foi um dos fundadores do PMDB sendo elevado ao posto de Secretário geral do diretório nacional da agremiação. Conquistou novos mandatos de deputado federal em 1982 e 1986. Faleceu na capital baiana vítima de câncer. Internado no hospital San Raphael, em Salvador, o ex-deputado federal Francisco Pinto, um dos maestros da resistência à ditadura militar no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), deseja gravar suas memórias políticas. Com certa ansiedade, convoca o repórter. Teme perder o impulso.

O recado chega em 1° de setembro de 2007. Há meses, vinha adiando um registro de suas reminiscências. Estimava um tempo mais tranquilo para alinhavá-las. Àquela altura, porém, dispensava saúde e formalidades. Queria falar.

A história da esquerda democrática, no Brasil dos anos 70, passa pelos discursos e conspirações de Chico Pinto. Em quartéis e encontros sigilosos, ele arquitetou um espinhoso diálogo entre o MDB e os militares nacionalistas.


Fiz com grande entusiasmo a divulgação deste documento por se tratar de um momento difícil em todo o país em tempos de Ditadura. Feira de Santana não esteve à margem da historia Francisco Pinto foi e é um nome marcante nas denuncias de atrocidades na Ditadura em nosso país. A juventude em nossa cidade precisa conhecer os nossos verdadeiros heróis, pessoas que realmente fizeram diferença na sociedade através de suas ações. Sabemos que em nossa cidade Feira de Santana há ruas que levam o nome de Francisco Pinto acredito que é muito pouco. Sugiro que a câmera de vereadores de nossa cidade preste uma homenagem a Francisco Pinto com uma estátua em praça publica para que todos se lembrem do nome de um dos homens que não temeu a morte em falar a verdade e denunciar as atrocidades da Ditadura em âmbito regional e nacional. Fica aqui minha sugestão tenho certeza que muitos de meus conterrâneos abracem a ideia.

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