Um ataque israelense matou 20 palestinos refugiados na manhΓ£ desta quarta-feira em uma escola da ONU no norte da Faixa de Gaza, informaram os serviΓ§os de emergΓͺncia.
Disparos de tanques atingiram em cheio duas salas de aula da escola da UNRWA (AgΓͺncia das Naçáes Unidas de AssistΓͺncia aos Refugiados da Palestina) no campo de Jabaliya, revelaram os serviΓ§os de emergΓͺncia. Um responsΓ‘vel da UNRWA confirmou a morte de ao menos 15 pessoas.
Na noite de terΓ§a-feira, outros 13 palestinos morreram atingidos por disparos de tanques israelenses no campo de Jabalyia, de acordo com o chefe dos serviΓ§os de emergΓͺncia da Faixa de Gaza, Ashraf al-Qudra.
Muitos civis palestinos se refugiaram nas escolas da UNRWA, especialmente em Jabaliya, apΓ³s a advertΓͺncia do ExΓ©rcito de Israel sobre a possibilidade de bombardeios em massa contra seus bairros. No total, cerca de 180 mil habitantes do territΓ³rio palestino estΓ£o refugiados, em condiçáes muito precΓ‘rias, nas 83 escolas geridas pelo principal organismo de ajuda da ONU de Gaza.
A UNRWA disse que estÑ com mais de 200 mil palestinos refugiados em suas escolas e prédios depois dos pedidos de Israel para que os civis abandonassem bairros inteiros antes das operaçáes militares.
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A agΓͺncia reconheceu que tinha encontrado um esconderijo de foguetes em uma escola, mas nΓ£o culpou nenhuma facção em particular. O porta-voz do organismo, Chris Gunness, condenou os responsΓ‘veis ??pela ação ao pΓ΄r em perigo as pessoas.
"Condenamos o grupo ou grupos que puseram em perigo os civis com a colocação destas muniçáes em nossa escola. Esta é outra violação flagrante da neutralidade de nossas instalaçáes. Apelamos a todas as partes no conflito a respeitar a inviolabilidade da propriedade da ONU", disse Gunness em um comunicado.
No dia 24 de julho, um disparo de artilharia atingiu outra escola da ONU na Faixa de Gaza, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos. O ExΓ©rcito israelense negou sua responsabilidade no incidente.
Israel acusa o movimento islÒmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da Faixa de Gaza.
MEDIADORES EGΓPCIOS PREPARAM PROPOSTA DE CESSAR-FOGO
Ataques israelenses deixaram ao menos 43 palestinos mortos na Faixa de Gaza na madrugada desta quarta-feira, em uma ofensiva que o Estado judeu disse que Γ© dirigida contra militantes islΓ’micos em dezenas de lugares no enclave, enquanto mediadores egΓpcios preparam uma proposta revisada de cessar-fogo.
O Canal Dois de televisão de Israel informou que houve avanços para conseguir um acordo de cessar-fogo no Cairo, onde é esperada a chegada de uma delegação palestina para manter discussáes.
A pressão diplomÑtica também aumentou, depois que o Chile e o Peru chamaram para consultas seus embaixadores em Israel. O Chiel que é membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, abriga uma das maiores colônias palestinas do mundo, mas também tem uma importante presença da comunidade judia.
"O Chile observa com grande preocupação e desalento que as operaçáes militares nΓ£o respeitem as normas fundamentais do Direito Internacional HumanitΓ‘rio, como mostram as mais de mil vΓtimas civis, incluindo mulheres e crianΓ§as, como tambΓ©m o ataque a escolhas e hospitais", disse a chancelaria chilena em um comunicado.
Na madrugada desta quarta, a aviação de Israel matou oito palestinos de uma mesma famΓlia na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, informaram os serviΓ§os de emergΓͺncia. Os ataques aΓ©reos de Israel tambΓ©m atingiram trΓͺs mesquitas, na cidade de Gaza, no campo de refugiados de Shati e em Rafah, segundo os serviΓ§os palestinos de seguranΓ§a.
Na terça-feira, os bombardeios de Israel foram os mais violentos em dias, matando cerca de cem pessoas, especialmente na Cidade de Gaza, no campo de Bureij, em Jabaliya e na região de Rafah.
No total, jΓ‘ chega a 1.260 o nΓΊmero de palestinos mortos desde o inΓcio da ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, no dia 8 de julho, segundo Ashraf al-Qudra. Cinquenta e trΓͺs soldados israelenses morreram desde o inΓcio da operação "Barreira Protetora", o registro mais pesado desde e guerra contra o Hezbollah libanΓͺs em 2006.
Nesta quarta-feira, projΓ©teis de tanques e ataques aΓ©reos israelenses alcanΓ§aram casas e a escola da ONU em Jabalya, no norte de Gaza, e mataram ao menos 43 pessoas, incluindo os 20 palestinos na escola administrada pelas Naçáes Unidas, informou o porta-voz do MinistΓ©rio da SaΓΊde Ashraf Al-Qidra. Entre os mortos estΓ£o um mΓ©dico e um bebΓͺ. Oito pessoas, entre elas cinco membros de uma mesma famΓlia em Jabalya, morreram em outros dois ataques, informaram autoridades de Gaza.
O ataque israelense se intensificou após a morte de dez soldados em ataques entre as fronteiras dos palestinos na segunda-feira. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que haverÑ pela frente um longo conflito. O gabinete de segurança israelense se reunirÑ novamente nesta quarta-feira para avaliar a situação de conflito e considerar outras medidas. O Exército disse que precisa de cerca de uma semana para completar a sua principal missão de destruir os túneis que cruzam a fronteira e pelos quais os militantes palestinos se infiltram em território controlado pleos judeus.
A ofensiva tem forte apoio do pΓΊblico israelense. Em uma tentativa de elevar o Γ’nimo dos palestinos e desmoralizar Israel, a emissora de televisΓ£o do Hamas transmitiu na segunda-feira imagens que mostravam os combatentes do grupo usando um tΓΊnel para chegar a uma torre de observação do ExΓ©rcito israelense. Nas imagens, os insurgentes surpreendem um guarda israelense, disparam e entram na torre para cerca o soldado caΓdo.
Mohammed Deif, lΓder do braΓ§o armado do Hamas, disse em uma mensagem gravada transmitida pela televisΓ£o que os palestinos continuariam a enfrentar Israel atΓ© que se suspenda o bloqueio Γ Faixa de Gaza, que Γ© apoiado pelo vizinho Egito.
"A entidade da ocupação não desfrutarÑ de segurança a menos que nosso povo viva com liberdade e dignidade", disse Deif.
"Não haverÑ um cessar-fogo antes que a agressão israelense se detenha e que se suspenda o bloqueio. Não aceitamos soluçáes provisórias", acrescentou.