AFRICANOS - PRIMEIROS HABITANTES DA GRÉCIA


Hodiernamente, o eurocentrismo evoluiu de forma tão sagaz que os estudiosos oriundos destes países se denominam pós-modernos, e as discussões da modernidade e pós-modernidade afloram nas academias, nos livros, seus autores são bases para concurso de pós-graduação. Amplas discussões são realizadas, contrapondo a supremacia racial européia, seus defensores se contradizem, pois não podem sustentar a os argumentos da eurocentricidade, maior falácia criada pelos países colonialistas-escravistas, os que redesenharam o mapa do planeta, objetivando com o acumulo do capital explorar as civilizações fora do centro do poder europeu, marginalizando-as e colocando-as nas periferias dos seus interesses exploratórios. Antagonicamente criticam o capitalismo que idealizaram (e ainda o mantêm) e suas raízes maléficas, sem deixar de serem capitalistas e eurocentristas, com um discurso novo desvirtuam a base do conhecimento humano: África - berço de todas as civilizações da humanidade, exportadora de ciências através de suas escolas e migrações que povoaram o mundo.

Tentar especular as origens do conhecimento humano sem estudar as civilizações primevas africanas, as colocando na periferia dos discursos da pós-modernidade, é um ato de homogeneidade que pode caracterizar racialização histórica.

Os eurocentristas Pleiteiam um discurso inovador, abrangente, que cabem todas as linguagens, um discurso globalizado, na verdade injetam o vinho velho em odre novo. “Todos possuem a verdade e todas as linguagens são válidas”. Até que ponto estas verdades não foram construídas pelo grupo dominador? Não aceitam que houve uma guerra na África na qual os vencidos foram subjugados, seqüestrados e escravizados. A história é a maior arma de controle social que impede a formação de mentes analíticas e críticas da realidade do agente histórico.

A tentativa dos pós-modernistas é desmantelar todas as metodologias historiográficas construídas anteriormente. Todos os paradigmas do devir histórico têm que ser destruídos por serem considerados ultrapassados por não responderem os anseios criados pela pós-modernidade ao analisar os diversos falares sociais globalizados. O que era considerado central se torna periférico e as coisas periféricas do passado têm que estar no centro. No pós-modernismo as minorias têm tido a “prioridade”. Agora é o tempo dos direitos de todos os marginalizados pelo pré-modernismo. Só que entre as chamadas minorias, colocaram os africanos e afro-diásporicos detentores do saber primevo da humanidade.

Para os defensores da pós-modernidade o estudo afrocêntrico é uma heresia, sendo assim, sabemos que o eurocentrismo tomou novas formas para se manter no centro do poder, afirmando de que “todos têm o direito de sair das periferias”, sem contestar a escrita da história ainda propagada. Muito engenhoso e dissimulador. A história continua européia e o modo de pensar ocidental cria novas raízes de dominação.

Neste ínterim, devemos entender a cerne inicial que culminou na concepção ocidental de conhecimento em todos os seus matizes: A Civilização Helênica.

Quando comecei a me preocupar com a origem do pensamento humano, de como a humanidade deu seus primeiros passos evolutivos a desvendar as ciências e os questionamentos plausíveis, tornou-se necessário analisar como a civilização helênica deu os primeiros passos no que se chamou de filosofia. Esta civilização gentia assevera de que os seus primeiros filósofos surgiram a partir do ano 600 a.C. Linearmente bem atrasada comparando com o esplendor e conhecimentos das civilizações afro-asiáticas. E como os gentios conseguiram por tanto tempo enganar, cegando os africanos e afro-diaspóricos os acusando de ser meros copiadores e aprendizes da civilização helênica?


Cerâmica figura-negra (em grego, 'μελανόμορφα, técnica melanomorpha) é um estilo de pintura de cerâmica do grego antigo em que a decoração aparece como silhuetas negras sobre fundo vermelho. Originárias de Corinto, durante o início do século VII a.C, que foi introduzida em Ática cerca de uma geração mais tarde. Outras notáveis figuras negras existiam em olarias em Esparta, Atenas, na Grécia Oriental.

Os ataques aos historiadores afrocentristas que atestam através da documentação a primazia africana na formação das primeiras civilizações, cresce a todo o momento. Eles dizem que os africanos e afro-diaspóricos só têm credenciais para escrever a história partir do tráfico negreiro, que eles realizaram, seguindo os seus pressupostos metodológicos criados nas academias ocidentais, e não devem se meter a falar sobre o chamado mundo antigo. Segundo eles, são possuidores do conhecimento e tem a autoridade para escrever sobre as primeiras civilizações. Incrível, os descendentes das mais novas civilizações tentam impedir de que os descendentes das civilizações mais antigas, os homens e mulheres originais escrevam a história da humanidade.

Cheik Anta Diop, pesquisador afrocentrista, é contestado até por pesquisadores negros-eurocentrados-assenzalados. Contestar o afrocentrismo é um direito, mas o que não conseguem é contestar as imensas provas históricas a todo o momento descobertas e apresentadas. No vídeo abaixo há citações interessantes dos primeiros habitantes da Grécia:

Dentre os estudiosos do afrocentrismo há pesquisadores que apresentam documentos arqueológicos e escritos que provam a africanidade dos primeiros fundadores de cidades da Grécia, antes das invasões das tribos brancas dos jônios, aqueus e dórios, esses fatos têm criado profícuos debates, porque se torna uma constatação de que os africanos migraram para diversas partes do planeta. Estes relatos sobre a africanidade dos primeiros habitantes da Grécia estão em diversos textos escritos por historiadores gregos de eras posteriores. É sempre bom asseverar que a chamada filosofia grega começa a surgir aproximadamente nos 600 a.C. com Tales de Mileto.


Tales de Mileto:
Conhece-te a ti mesmo.
Espera receber de teus filhos, quando fores velho, o mesmo tratamento que dispensaste a teus pais.

No texto mais antigo que refere aos Sete Sábios da Grécia (fundadores da filosofia grega) o Protágoras (342e-343b), Platão, diz que o grupo é constituído por: Tales de Mileto, Pítaco de Mitelene, Bias de Priene, Sólon de Atenas, Cleobulo de Lindos, Míson de Queneia (noutros textos aparece Periandro de Corinto) e Quílon de Lacedemônia.



Os historiadores eurocêntricos em uma das tentativas de negar a presença Africana na Grécia Antiga criaram a idéia de uma sociedade miscigenada através do trafico de escravizados africanos, ou de mistura racial. Fato este também muito difundido de que os habitantes de Kemeth (Egito) foram europeus que migraram e criaram toda a ciência, e que os faraós foram brancos, somente na 25ª dinastia, que pretos dominaram Kemete através de faraós de Kush. Qual o crédito pode dar a estes historiadores? Negam também a pretitude do antigo Israel Bíblico, sem se preocupar a estudos mais detalhados sobre as origens dos askenazis e da sua religião o judaísmo, a qual não aparece em nenhum texto das escrituras. Para negar é preciso provar. Os próprios askenazis sabem da sua origem européia e no fundo crêem na pretitude dos hebreus da Bíblia.

Em muitos textos dos historiadores e poetas gregos há a menção das origens dos primeiros habitantes os Pelasgians, e da formação de Creta por povos pretos. Inclusive o professor George Wells Parker (foto ao lado), estudando o grego clássico, chegou à conclusão que Helena de Tróia, foi uma linda menina de pele marron.


Usando evidências arqueológicas e da literatura clássica CA Winters explicou como os fundadores Africano / Negro da civilização grega vieram originalmente do Saara antigo. Winters deixa claro que esses africanos vieram para o Egeu em duas ondas:

1) as pessoas que falam um Garamantes Malinka que agora vivem ao longo do rio Níger, mas antes viviam na região Fezzan da Líbia;

2) os egípcios, fenícios e Timor-africanos que foram gravados na história da Grécia como o Pelasgians. A civilização Pelasgian tem sido discutida em detalhes por Parker.

Barco usado pelos antigos pelasgianos na Grécia.

De acordo com o mito da criação do Olimpo os primeiros grupos a aparecer na Terra foram os Libios-trácios. Os líbios foram proto-Saarianos, assim como os trácios originais. Alguns trácios eram descendentes das tropas Kushitas e Kemetians (egípcias) com sede em Trace, por Sesostris (Tutmés III e Ramsés II), quando ele conquistou a Ásia e a Europa. (Diop, 1991; Winters 1983a, 1984b, 1985a)


Neste vaso fúnebre ateniense (750 a.C), os mortos e aqueles que choram por ele são representados na cerâmica de estilo geométrico têm características negras.

Os gregos freqüentemente chamavam os primeiros habitantes da Grécia de Pelasgians. Os escritores gregos afirmaram que Pelasgo, o grande ancestral da Pelasgians foi o primeiro homem. Os Pelasgians eram uma combinação de diversas tribos negras que incluíam os aqueus, Kadmeans e Leleges. Os Garamantes foram também muitas vezes chamados de Pelasgians por alguns escritores clássicos. Estrabão disse que:

"Os Pelasgis, a nação mais antiga, estava espalhada através de toda a Grécia, e especialmente entre os eólios".

Os Pelasgians (nome grego: Πελασγοί, Pelasgoí, Πελασγός singular, Pelasgos) foram usados por alguns escritores gregos antigos para se referir as populações que precederam os helenos na Grécia”, mantinham um termo abrangente para pessoas antigas, primitivas e presumivelmente autóctones no mundo grego. Em geral," Pelasgian" passou a significar de forma mais ampla todos os habitantes autóctones das terras do mar Egeu e suas culturas antes do advento do idioma grego.


Este é um dos afrescos de Thera. Observe o ambiente ocupado

Associada com as cidades Pelasgian durante o século 16 a.C.

Os Pelasgians fundaram muitas cidades. A fundação pelos Pelasgian de Atenas é notada por Plutarco em 12 de Teseu, e Ovídio em Metamorfose VII, 402 e ss. De acordo com Heródoto vii.91, os Pelasgians também fundaram Tebas. Muitos destes atenienses podem ter introduzido o estilo geométrico para a Grécia durante a chamada Idade das Trevas (1200 - 600 a.C).


Esta é a parte do estilo fino geométrica parecido com o "Dark Age"
Os ombros largos retratada nesta peça de arte.

Winters (1983b) deixa claro que o Garamantes fundou as cidades gregas da Trácia, Creta minóica e Ática. Os Garamantes também eram chamados Carians pelos Indo-Europeus gregos.


Os Garamantes ou Carians originalmente viviam no Fezzan. Estes Garamantes foram descritos pelos escritores do latim clássico como preto ou de pele escura: perusti (Lucan 4,679), furvi (Arnoloius, Adversus Nationes, 6,5) e Nigri (Anthologia Latina, 155, no.183).

Além disso, a arte mais antiga de Atenas conhecida como o estilo geométrico retrata a população preta.

Aqui está um estilo geométrico (ou aqueus) cena de um Barco virado (c. 850 a.C) para Atenas


Anel de ouro que descreve uma caça ao veado ( 1500 a.C)
(Nota: o penteado afro usados pelos micênicos)

Muitos dos chamados mitos gregos são, na realidade, textos históricos que mostram o estilo antigo dos pré-arianos na Grécia e na transição do matriarcado Pelasgian ao patriarcado grego ariano a. O termo Amazônia foi usado freqüentemente pelos arianos para designar as sociedades matriarcais que viviam no Mar Negro. A batalha entre Thesus e as Amazonas, liderada pela rainha Melanippe, registra os conflitos entre os arianos, antigos gregos, e os líbios estabelecidos em torno do Mar Negro.


Pelasgians de Thera

As obras históricas gregas afirmam que os primeiros colonos das ilhas do Mar Egeu vieram da África, especialmente os Garamantes e os Pelasgians.

Entre esses fatos, podemos citar Enéias, o mítico fundador de Troia. A Ilíada e a Odisséia e todas as outros grandes épicos do mundo, é a história poética falando de povos africanos.


Estatueta de um grego- africano em Bronze (conhecido como Etiópia), 3 -2o século a. C.

Durante os séculos VIII e VII a.C, os gregos novamente em contacto com a periferia norte da África, estabeleceram assentamentos e postos de comércio ao longo do rio Nilo e em Cirene, na costa norte da África. Já na Naukratis, o mais antigo e mais importante dos postos de troca na África, os gregos tiveram certamente contato com os africanos. É provável que as imagens de africanos, se não os próprios africanos, começaram a reaparecer no Mar Egeu. Nos séculos VII e início do VI aC, mercenários gregos da Jônia e Caria serviram aos faraós egípcios Psametikus I e II.


Aryballos, 570 a.C., figura-negra, grego ático, assinada por Nearchos como oleiro, terracota.
Contos da Etiópia como uma terra mítica nos pontos mais longínquos da terra são registrados em algumas das primeiras literaturas gregas do século VIII a.C, incluindo os poemas épicos de Homero. Deuses e heróis gregos, como Menelaos, acreditava-se que tinha visitado este lugar à margem do mundo conhecido. No entanto, muito antes de Homero, a civilização marítima de Creta da Idade do Bronze, conhecido hoje como minóica, estabeleceu ligações comerciais com o Egito. Os minóicos podem ter primeiro entrado em contato com os africanos, em Tebas, no pagndo tributos ao faraó. Na verdade, as pinturas no túmulo de Rekhmire, datada do século XIV a.C, descrevem como africanos os povos do mar Egeu, núbios mais provável e minóicos. No entanto, com o colapso da minóica e micênica no final da Idade do Bronze , as ligações comerciais com o Egito e o Oriente Próximo foram cortadas, e a Grécia entrou em um período de empobrecimento e de contato limitado.

Heródoto referiu-se aos Pelasgians como "veneráveis ancestrais". Ele disse que os atenienses "primeiro foram Pelasgi .A fundação Pelasgian de Atenas também é notada por Plutarco em Os 12 de Teseu, e Ovídio em vii. 402ff Metamorfoses. De acordo com Heródoto vii. 91, os Pelasgians também fundaram Tebas na Europa. Pausânias observou que "Os árcades mencionam Pelasgo como a primeira pessoa que existiu em seu país. A partir deste rei toda a região tomou o nome Pilasgia". Hopper observou que os Pelasgians fundaram Ática.

Os imigrantes negros de Canaã também viveram no Egeu na Argólida. Eles se chamavam de "Filhos de Abas". Muitos dos Melampodes mais tarde participaram da Argolis .

O mais antigo alfabeto grego foi feito pelo Pelasgians, foi perdido e, mais tarde, reintroduzido por Kadmus a Beócia. Outro Pelasgian, Evander de Arcádia introduziu os escritos para os italianos. Este script foi utilizado para fazer os primeiros quinze caracteres do alfabeto latino de acordo com Plínio e Plutarco.


Os irmãos Atlas e Prometeu sofreram seus tormentos. Atlas, perseguido pela serpente Hesperian, detém a pedra do céu sobre os ombros e Prometeu, amarrado a um poste, tem o seu coração perfurado pela águia.

Museu Colecção: Musei Vaticani, Cidade do Vaticano
Catalogue Number: TBA
Beazley Archive: N / A
Ware: Laconiano Black Figura
Formato: Amphoriskos
Data: ca 530 aC
Período: Archaic

Diversos cientistas pretos questionam as ciências ocidentais.


É de mister importância conhecer profundamente os pensamentos e rever a ação da história dos dominadores e as suas táticas de exploração. O conhecimento, apropriação e o plágio das ciências africanas possibilitaram criar laços de mentiras para subsidiar a supremacia racial, ao invés de intermediar trocas para gerir laços fraternos para a humanidade. A humanidade precisa se reencontrar na busca da paz, nas trocas culturais e no aprendizado mútuo, reescrevendo verdadeiramente a sua história. A história primitiva africana não é uma história de pretos, mas é a história da humanidade, conhecê-la, propicia a quebra de discriminações feitas pelos primeiros eurocentristas.

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