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Walt Disney tentou lavar nossos cΓ©rebros?

Mensagem subliminar


PΓ΄ster de desenho animado com pΓͺnis, e nudez explΓ­cita nas animaçáes infantis: hΓ‘ quem diga que o pai do Mickey Mouse tenha infiltrado mensagens indecentes em seus filmes e tentado lavar os cΓ©rebros das criancinhas. Mas serΓ‘ que Γ© verdade?

Fernando Duarte

A imagem de uma mulher nua aparece ao fundo de uma cena de Bernardo e Bianca, desenho animado da Disney que narra as aventuras de um casal de camundongos. A Pequena Sereia, versΓ£o disneyiana de um conto de Hans Christian Andersen, traz nΓ£o apenas um, mas dois pΓͺnis eretos camuflados em cenas e material de divulgação. 

A palavra "sexo"pode ser lida no cΓ©u noturno e estrelado em uma passagem de O Rei LeΓ£o, outro sucesso dos estΓΊdios que criaram Mickey Mouse e Pato Donald.

Enquanto muitas teorias conspiratΓ³rias se baseiam em delΓ­rios de gente paranoica, as provas contra a Disney sΓ£o incontestΓ‘veis nesses e em alguns outros casos. Todas foram documentadas por pessoas que tiveram a paciΓͺncia de assistir aos vΓ­deos quadro a quadro ou vasculhar cada detalhe da capa de um DVD atrΓ‘s de uma imagem de conteΓΊdo sexual. 

Se elas confirmam uma conspiração maquinada pelo conglomerado de entretenimento, bem, isso jÑ é outra história. Existe quem pense que sim.

Corria o ano de 1995 quando o grupo de lobby American Life League, mais conhecido por suas posiçáes contra o aborto, voltou suas baterias contra o impΓ©rio de Walt Disney. A principal prova exibida pela ALL era a sequΓͺncia de Bernardo e Bianca com a tal foto da mulher nua.

Embora a produção seja de 1977, foi somente com o lanΓ§amento do desenho em VHS, quase 20 anos mais tarde, que a existΓͺncia da imagem pΓ΄de ser comprovada - ela aparece em apenas dois quadros do filme e Γ© imperceptΓ­vel na velocidade de projeção. 

Isso motivou uma imensa operação de recall por parte da Disney e posterior corte das imagens em relançamentos.

O episΓ³dio abriu a porteira para mais denΓΊncias. Algumas, com bastante procedΓͺncia, como o caso dos centΓ©simos de segundo de nudez da musa Jessica Rabbit em Uma Cilada para Roger Rabbit: a lasciva mulher do coelho aparece sem calcinha quando se assiste quadro a quadro a uma cena em que ela Γ© arremessada de um carro apΓ³s um acidente. 

TambΓ©m procede a existΓͺncia de um pΓͺnis disfarΓ§ado de torre de castelo na capa da versΓ£o em VHS de A Pequena Sereia. No mesmo desenho, a cena do casamento da princesa Ariel precisou ser refeita depois que espectadores da versΓ£o em vΓ­deo apontaram para a ereção no padre que conduz a cerimΓ΄nia - a Disneyse defendeu com o argumento de que isso nΓ£o passava de uma ilusΓ£o de Γ³tica. 

Outras acusaçáes eram fruto de mentes imaginativas demais, como as que viram uma mulher seminua 5nos contornos da face felina no pôster de O Rei Leão.

Todas, porΓ©m, serviram de lenha para uma fogueira conspiratΓ³ria que jΓ‘ ardia antes do escarceu feito pela ALL. Rumores sobre perversΓ£o no mundo Disney circulavam pelos Estados Unidos desde o final da dΓ©cada de 1960. 

Mais precisamente 1968, ano em que foi publicado The Disney Version ("A VersΓ£o Disney", inΓ©dito no Brasil), um polΓͺmico livro escrito por Richard Schickel, crΓ­tico de cinema da revista Time. 

Entre outras observaçáes, o autor aponta uma suposta obsessΓ£o dos desenhos de Disney por bundas de bebΓͺs. DaΓ­ foi um pulo para a circulação de histΓ³rias sobre orgias secretas nas profundezas da DisneylΓ’ndia, onde o empresΓ‘rio manteria uma rede secreta de tΓΊneis para suas prΓ‘ticas sΓ³rdidas, que incluiriam a pedofilia.

Veja mais: 6 vezes em que desenhos da Disney esconderam imagens pornogrΓ‘ficas

Lavagem cerebral

Lavagem cerebral

As acusaçáes dos anos 90 supunham que o impΓ©rio Disney se dedicava a controlar a mente de crianΓ§as e adolescentes com o uso de mensagens subliminares - intervençáes, como as fotos em Bernardo e Bianca, que nΓ£o sΓ£o captadas conscientemente em situaçáes normais. Diversas apariçáes da palavra "sexo"datam dessa Γ©poca. Uma delas, novamente em O Rei LeΓ£o: a sequΓͺncia em que uma nuvem de poeira parece soletrar "SEX". 

O sexo tambΓ©m seria entre ouvido numa das falas do desenho Aladdin. A frase "bons adolescentes tiram a roupa"("good teen-agers take off their clothes") chocou conservadores da FlΓ³rida Γ  CalifΓ³rnia numa cena em que o protagonista diz, pelo menos de acordo com o script, "bom gatinho, vΓ‘ embora"("good kitty, take off and go").

Como se trata de um momento em que o personagem Aladdin tenta espantar o tigre da princesa Yasmin, a versΓ£o oficial faz sentido. Ainda assim, grupos cristΓ£os pediram um boicote aos produtos da Disney.

EntΓ£o, vieram os Γ­dolos problemΓ‘ticos fabricados pela Disney. Programas de TV da empresa foram o nascedouro de fenΓ΄menos pop como Britney Spears e Christina Aguilera, ambas integrantes do elenco do Clube do Mickey. 

Anos depois surgiu Miley Cyrus, que, nos anos 2000, brilhou com o alterego Hannah Montana. Quando Britney comeΓ§ou a andar sem calcinha, a beber e a raspar o prΓ³prio cabelo em pΓΊblico, seus transtornos foram rapidamente associados a uma teoria conspiratΓ³ria. 

Ela e as colegas estariam sendo usadas pelo impΓ©rio Disney como cobaias de um programa de controle mental inicialmente desenvolvido pela CIA para eliminar dissidΓͺncias polΓ­ticas dentro dos EUA (leia mais na reportagem da pΓ‘g. 48). A Disney teria se apropriado desses planos com a intenção de dominar as jovens mentes na AmΓ©rica.

Tal estratégia, lógico, faria parte de uma pauta mais ampla. Walt Disneyseria um devoto do culto Illuminati, daí a preocupação em controlar a juventude e transformÑ-la num público subserviente - ainda que fosse por meio da sexualização de crianças e adolescentes.

O americano Fritz Springmeier, autor de diversos livros sobre teorias conspiratΓ³rias, nΓ£o mede palavras para descrever o envolvimento de Disney e de suas empresas num grande plano de lavagem cerebral.

"Durante anos, a DisneylΓ’ndia tem sido um local para rituais de lavagem cerebral. Os filmes e os programas deDisney sΓ£o tambΓ©m uma forma de colocar em prΓ‘tica os protocolos de controle mental", afirmou Springmeier numa entrevista. 

O pesquisador foi além: o Clube do Mickey, desde a sua criação, em 1955, teria sido usado como ponta de lança para os esforços de condicionamento mental da juventude. Os distúrbios de Britney Spears seriam um efeito colateral do traumÑtico processo de condicionamento.

Sabotagem interna

AtΓ© a morte de Walt Disney acabou alimentando essas polΓͺmicas. VΓ­tima de um cΓ’ncer no pulmΓ£o, consequΓͺncia do fumo inveterado durante toda sua vida adulta, ele morreu em 15 de dezembro de 1966, em Hollywood, e seu corpo foi cremado dois dias depois. 

Até hoje, no entanto, é possível encontrar na internet fóruns que discutem se o corpo de Walt Disney estaria congelado à espera de uma cura para a doença. Segundo relatos de pessoas ligadas à empresa, a boataria surgiu nos corredores da Disney como uma piada para satirizar o egocentrismo do patrão.

Pegadinhas e sabotagem interna, por sinal, sΓ£o uma explicação muito mais plausΓ­vel para as mensagens subliminares. Walt Disney estava longe de ser um democrata na maneira como conduzia os negΓ³cios. Uma de suas prΓ‘ticas consistia em nΓ£o reconhecer o crΓ©dito do pessoal a sua volta. 

Tanto que, nos anos 40, ele enfrentou uma greve de animadores. A retaliação vinha em mensagens ocultas nas animaçáes, que poderiam ser o crédito tão desejado ou uma figura pornogrÑfica para desafiar a chefia. Como as geraçáes seguintes de executivos da Disney não se afastaram tanto do manual de RH de Walt, as pegadinhas se tornaram uma tradição.

No caso das letras no cΓ©u noturno de O Rei LeΓ£o, a pegadinha contou com certa incompetΓͺncia e com a falta de noção dos envolvidos. O animador Tom Sito assumiu a autoria da piada, mas disse que a intenção era formar a sigla SFX, usada em inglΓͺs para se referir a efeitos especiais.

O curioso Γ© que mesmo episΓ³dios de embaraΓ§o podem acabar se transformando em lucro para a Disney. Quando anunciou o recall de Bernardo e Bianca, por exemplo, a empresa provocou involuntariamente uma corrida de consumidores Γ s lojas. Em tempos prΓ©-YouTube, eles queriam checar a cena indiscreta antes que ela fosse eternamente banida, o que alavancou substancialmente as vendas do vΓ­deo. 

AtΓ© entΓ£o, elas estavam estagnadas. Nem quem imaginou uma Disney comandada por gΓͺnios do mal, empenhados em controlar a mente de criancinhas e adolescentes, poderia conceber o plano tΓ£o brilhante de usar o topless para ressuscitar a popularidade de um desenho animado de 1977.

LΓΊcio Soares

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