Religiosos questionam o voto " em nome de Deus" dos deputados

Foram com estas palavras que o presidente da Câmara dos Deputados,  Eduardo Cunha, que é evangélico, começou a chamada da votação do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff no domingo. As referências à religião e à Deus nos discursos de parte dos deputados, incomodaram religiosos.

Segundo levantamento feito pela reportagem com base na transcrição dos discursos, no site da Câmara dos Deputados, durante a votação, palavra Deus foi citada 59 vezes, apenas um pouco menos que o termo "corrupção", com 65 menções. O termo evangélicos aparece 10 vezes, enquanto a palavra “família” surgiu 136.

Na avaliação do  Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, que se manifestou anteriormente contra o impeachment, os termos não surpreendem.

A presidenta da entidade, a pastora Romi Bencke, disse que as citações distorcem o sentido das religiões.

O porta-voz  da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, entidade que reúne representantes de várias religiões, o babalaô Ivanir dos Santos, disse que a sessão se transformou em um ato messiânico

Os budistas acreditam ainda que os deputados misturaram religião e interesses particulares. O líder do Templo Hoshoji, no Rio de Janeiro, o monge Jyunsho Yoshikawa, se disse incomodado

Da mesma forma semelhante  pensam ateus e agnósticos, aqueles que não acreditam em Deus ou qualquer outra divindade. O presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, Daniel Sottomaior, também questionou a postura de deputados, evangélicos, principalmente. Para ele, a falta de compreensão sobre um Estado Laico fere a liberdade da população.

Fonte: http://radioagencianacional.ebc.com.br

Comentários