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A Páscoa segundo Helena Blavatsky

A Páscoa

Selecionamos entradas do Glossário Teosófico de Helena Blavatsky onde ela se refere à Páscoa:

Páscoa. A palavra evidentemente vem de Ostara, a deusa escandinava da primavera. Ela era o símbolo da ressurreição de toda a natureza e era adorada no início da primavera. 

Era costume entre os pagãos nórdicos daquela época trocar ovos coloridos, chamados ovos de Ostara. 

Estes tornaram-se agora os ovos de Páscoa. Como expresso em Asgard and the Gods: “O cristianismo deu outro significado a esse antigo costume, conectando-o à festa da Ressurreição do Salvador, que, como a vida oculta no ovo, dormiu no túmulo por três dias antes de despertar para uma nova vida”. 

Isso era ainda mais natural, já que Cristo era identificado com esse mesmo Sol da Primavera, que desperta em toda a sua glória após a sombria e longa morte do inverno.

Ovos (Páscoa). Os ovos foram simbólicos desde tempos antigos. Havia o “Ovo Mundano”, no qual Brahmâ foi gestado, entre os hindus o Hiranya-Gharba, e o Ovo Mundano dos egípcios, que procede da boca da “divindade não criada e eterna”, Kneph, e que é o emblema do poder gerador.

Depois, o Ovo da Babilônia, do qual nasceu Ishtar, e que se dizia ter caído do céu no rio Eufrates. 

Por isso, ovos coloridos eram usados anualmente durante a primavera em quase todos os países, e no Egito eram trocados como símbolos sagrados na época da primavera — que era, é e sempre será o emblema do nascimento ou renascimento, cósmico e humano, celeste e terrestre. 

Eles eram pendurados nos templos egípcios e continuam suspensos até hoje em mesquitas maometanas.

Baco (gr.). Exotérica e superficialmente, é o deus do vinho e da vindima, da licenciosidade e da alegria; mas o significado esotérico dessa personificação é mais abstruso e filosófico. 

Ele é o Osíris do Egito, e sua vida e significado pertencem ao mesmo grupo que outras divindades solares, todas “portadoras dos pecados”, mortas e ressuscitadas; por exemplo, como Dionísio ou Atys da Frígia (Adônis, ou o Tammuz sírio), como Ausônio, Baldur (veja), etc... 

Todos esses foram mortos, pranteados e restaurados à vida. As celebrações por Atys aconteciam durante o Hilaria na Páscoa “pagã”, em 15 de março.

Ausônio, uma forma de Baco, foi morto “no equinócio da primavera, em 21 de março, e ressuscitou em três dias”. Tammuz, o duplo de Adônis e Atys, foi pranteado pelas mulheres no “bosque” de seu nome “em Belém, onde o menino Jesus chorou”, diz São Jerônimo. 

Baco é assassinado, e sua mãe recolhe os fragmentos de seu corpo dilacerado, assim como Ísis faz com Osíris, e assim por diante. 

Dionísio Iaco, despedaçado pelos Titãs, Osíris, Krishna — todos desceram ao Hades e retornaram novamente. Astronomicamente, todos representam o Sol; psiquicamente, todos são emblemas da “Alma” sempre ressuscitante (o Ego em sua reencarnação); espiritualmente, todos os bodes expiatórios inocentes, expiando pelos pecados dos mortais, suas próprias envolturas terrenas, e, em verdade, a imagem poetizada do HOMEM DIVINO, a forma de barro animada por seu Deus.

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De outra versão do Glossário Teosófico

Páscoa (Do hebraico pésaj, passagem). – Seu equivalente em inglês, Easter, vem evidentemente de Ostara, a deusa escandinava da primavera. 

Ela era o símbolo da ressurreição de toda a Natureza e era adorada no início da estação florida.

Era costume entre os antigos pagãos escandinavos, nessa época do ano, trocar entre si ovos coloridos, chamados “ovos de Ostara”, que vieram a ser os atuais “ovos de Páscoa”. 

Segundo se afirma na obra Asgard e os Deuses, “o cristianismo deu outro significado a esse antigo costume, relacionando-o com a festa da Ressurreição do Salvador, o qual, como a vida latente no ovo, dormiu no sepulcro durante três dias antes de despertar para uma nova vida”. 

Isso era algo muito natural, já que Cristo estava identificado com aquele mesmo Sol da primavera que desperta em toda a sua glória após a sombria e prolongada morte do inverno. 

[Essa mesma ideia, embora ligeiramente velada, é exposta por Goethe na belíssima e pitoresca cena do domingo de Páscoa, que figura na primeira parte do Fausto].

Uma das provas mais evidentes da íntima relação existente entre o cristianismo e o culto do sol e da lua é o fato de a Igreja romana ter fixado irrevogavelmente a festa da Páscoa da Ressurreição no domingo (dia do Sol) que segue imediatamente ao décimo quarto dia da lua de março. 

Os cristãos do Oriente celebravam essa festa no décimo quarto dia da lua que segue o equinócio da primavera, qualquer que fosse o dia da semana em que caísse. 

Daí o nome que se lhes deu de quartodecimanos. Por outro lado, vê-se uma estreita relação entre a festa pascal e a vida da Natureza no fato significativo da distinção estabelecida entre a Páscoa da Ressurreição ou florida — assim chamada por ser celebrada na época do florescimento das plantas — e a Páscoa de Pentecostes, designada vulgarmente na Catalunha com o qualificativo de granada, celebrada sete semanas mais tarde, no tempo em que começa a colheita dos frutos da terra, razão pela qual é designada nas Escrituras com o nome de Festa das Primícias, que os judeus celebravam solenemente também cinquenta dias após a primeira Páscoa.

– Veja: Ovos de Páscoa e Pentecostes.

Pentecostes (Hebr.) – “Quinquagésimo”. Festa que a Igreja cristã celebra cinquenta dias após a Páscoa da Ressurreição, porque, nesse dia, segundo lemos nos Atos dos Apóstolos (cap. II), o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo sobre os apóstolos, que imediatamente começaram a falar em diversas línguas. 

Essa mesma festa era igualmente celebrada pelos judeus com grande solenidade cinquenta dias após a Páscoa do Cordeiro, em memória da lei dada a Moisés no Sinai cinquenta dias depois da saída do Egito, razão pela qual também era chamada de “Festa das Semanas”, porque era celebrada sete semanas após a Páscoa. 

Era também chamada de “Festa das Primícias”, pois, nesse dia, os israelitas levavam ao templo as primícias dos frutos de seus campos.

Solstícios – O culto cristão — diz Émile Burnouf — está distribuído segundo o curso do sol e da lua. O nascimento de Cristo coincide com o solstício de inverno; a Páscoa segue de perto o equinócio da primavera. 

No solstício de verão celebra-se a festa do Precursor, e acendem-se as fogueiras chamadas fogueiras de São João. 

As demais festas estão metodicamente distribuídas nas outras partes do ano, seguindo uma ordem comparável à das cerimônias védicas. 

É preciso notar — acrescenta o mesmo autor — que o solstício de inverno ocorre quatro dias antes do Natal, e o de verão quatro dias antes da festa de São João. 

O dia da Páscoa é regulado pelo equinócio, pois ocorre no domingo seguinte à lua cheia após o equinócio da primavera. É, portanto, provável que as festas do Natal e de São João sejam muito antigas, e que originalmente coincidissem com os solstícios. 

Sendo a precessão dos equinócios de cinquenta segundos por ano, resulta que quatro dias correspondem aproximadamente a 7.000 anos; mas os quatro dias podem não ser completos.

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Helena Petrovna Blavatsky não escreveu diretamente sobre a Páscoa cristã como uma celebração litúrgica, mas ela abordou o simbolismo esotérico da morte e ressurreição, que está no cerne da Páscoa. 

Sua visão é profundamente ligada aos mistérios antigos, às escolas iniciáticas e aos ciclos da natureza.

Principais pontos que refletem como Blavatsky veria a Páscoa:

1. A Páscoa como símbolo dos Mistérios

Blavatsky associava a paixão, morte e ressurreição de Cristo com os ritos iniciáticos das antigas escolas esotéricas, como os mistérios de Ísis e Osíris no Egito, ou de Dionísio e Mitra. 

Para ela, esses rituais representavam a morte do ego inferior e a ressurreição da alma iluminada.

Os mitos da crucificação e da ressurreição precedem em muito o cristianismo… são alegorias dos ciclos cósmicos e da jornada da alma.

2. Ressurreição como renascimento interior

Ela via a verdadeira ressurreição como interna e espiritual: o momento em que o discípulo morre para o mundo da matéria e renasce para a vida do Espírito.

A crucificação é a renúncia do eu pessoal; a ressurreição é o nascimento do Eu superior na consciência.

3. Páscoa e os ciclos solares

Blavatsky explicava que o período da Páscoa (após o equinócio de primavera no hemisfério norte) não era por acaso: ele está associado à renovação da vida na Terra, ao triunfo da luz sobre as trevas — simbolismo solar antigo que o cristianismo absorveu.

4. Crítica ao literalismo religioso

Embora respeitasse os símbolos, Blavatsky criticava a interpretação literal da Páscoa como um evento histórico isolado. 

Para ela, a verdade estava no significado esotérico universal da morte iniciática e do renascimento espiritual, acessível a qualquer ser humano, em qualquer tempo.

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“PÁSCOA (do hebraico pésaj, trânsito) – Seu termo equivalente em inglês, Easter, vem evidentemente de Ostara, a deusa escandinava da primavera. 

Era o símbolo da ressurreição de toda a Natureza e era adorada no início da estação das flores. Era costume entre os pagãos escandinavos antigos, em tal época do ano, a troca de ovos coloridos, chamados de “ovos de Ostara”, que se tornaram os atuais “ovos de Páscoa”. 

Segundo a obra Asgard e os Deuses, “o cristianismo deu outro significado a este antigo costume, relacionando-o com a festa da Ressurreição do Salvador, o qual, como a vida latente no ovo, dormiu no sepulcro durante três dias antes de despertar para a nova vida”. 

Isso era natural, uma vez que Cristo era identificado com o próprio Sol da primavera, que desperta em toda a sua glória, depois da lúgubre e prolongada morte do inverno. 

Esta mesma ideia, embora ligeiramente velada, é exposta por Goethe na belíssima e pitoresca cena do domingo de Páscoa, da primeira parte do Fausto. Uma das provas palma- res da íntima relação existente entre o cristianismo e o culto do Sol e da Lua é o fato de a Igreja Romana ter fixado a festa da Páscoa da Ressurreição no domingo (dia do Sol) que segue imediatamente o décimo quarto dia da Lua de março. 

Os cristãos do Oriente celebram tal festa no décimo quarto dia da Lua que segue o equinócio de primavera, qualquer que seja o dia da semana em que caia. Daí o nome de quartodecimans.

Por outro lado, há estreita relação entre a festa pascal e a vida da Natureza, no fato significativo da distinção estabelecida entre a Páscoa de Ressurreição ou florida, assim chamada por ser celebrada na época do florescimento das plantas, e a Páscoa de Pentecostes, que é celebrada sete semanas depois, no tempo em que começa a colheita dos frutos da terra, motivo pelo qual é chamada nas Escrituras de Festa das Primícias, também celebrada solenemente pelos judeus cinquenta dias depois da primeira Páscoa.

Fonte: Glossário Teosófico, publicado pela Loja Dharma em seu perfil no Facebook

Fonte: https://helenablavatsky.com.br

1 Comentários

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  1. Como sempre a igreja catolica absorve tudo sem qualquer preceito. só visa mesmo o poder através de alegorias ridiculas...

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